A linguagem do racismo e a psicanálise - falar com para falar sobre
Palavras-chave:
racismo, linguagem, trauma, psicanálise, letramento racialResumo
Pretende-se através deste artigo analisar criticamente dois diferentes modos de enunciação do problema do racismo no laço social – falar sobre e falar com – em suas dimensões psíquica e política, visando pensar possíveis consequências de ambos os modos quando assumidos por nós, psicanalistas, em suas posições discursivas, no exercício de nosso ofício. O trabalho assenta-se em três eixos: a afirmação do racismo como linguagem; a compreensão do racismo como trauma e a discussão das posições do falar sobre e do falar com em alguns de seus efeitos.
Downloads
Referências
Almeida S.L de. (2019). Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen.
Arantes J.T. (2015). Racismo e “branquitude” na sociedade brasileira. Agência Fapesp, 05 fev. Disponível em: <https://agencia.fapesp.br/racismo-e-branquitude-na-sociedade-brasileira/20628/>.
Benedito M. (2018). A relação entre psicologia e racismo. As heranças da clínica psicológica. Dissertação [mestrado], Universidade de São Paulo.
Bokanowski T. (2005). Variações do conceito de traumatismo: traumatismo, traumático, trauma. Revista Brasileira de Psicanálise, v. 32, n. 1, p. 29.
Carvalho M.A. (2019). 75% das vítimas de homicídio no país são negras, aponta Atlas da Violência. O Estado de São Paulo, 05 jun. Disponível em: <https://brasil.estadao.com.br/noticias/geral,75-das-vitimas-de-homicidio-no-pais--sao-negras-aponta-atlas-da-violencia,70002856665>.
Dal Molin E.C; Klein T.; Dal Molin I.S.B. (2020). “Enlouquecer com”: o caso Ferenczi e algumas questões para a psicanálise contemporânea. Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental, v. 23, n. 2. abr./jun., São Paulo.
Fanon F. (1967). Black skin, white masks. London: Grove Press.
Faustino D.M. (2019). Racismo: por uma psicanálise atenta. Percurso 63: Fronteiras e travessias, ano XXXII, dez., p. 113-134.
Fedida P. (1988). Amor e morte na transferência. In Clínica psicanalítica: estudos. Trad. Claudia Berliner. São Paulo: Escuta.
Fernandes M. (1999). Millôr definitivo: a bíblia do caos. São Paulo: L&PM.
Foucault M. (1982/1995). O sujeito e o poder. In Rabinow P.; Dreyfus H. Michel Foucault: Uma trajetória filosófica. Para além do estruturalismo e da hermenêutica. São Paulo: Forense Universitária.
Freud S. (1917/1996). Uma dificuldade no caminho da psicanálise. In Obras completas, vol. XVIII. Rio de Janeiro: Imago.
____. (1937/2011). Construções em análise. In Obras Completas, v. 19. São Paulo: Companhia das Letras.
Gondar J. (2018). Brasil: um racismo desmentido. In Arreguy M. et alii. Racismo, capitalismo e subjetividade: leituras psicanalíticas e filosóficas. Niterói: Eduff.
____. (2010). As coisas nas palavras. Ferenczi e a linguagem. Cadernos de Psicanálise – CPRJ, Rio de Janeiro, ano 32, n. 23, p. 123-132.
Kilomba G. (2019). Memórias da plantação – episódios de racismo cotidiano. Trad. Jess Oliveira. 1. ed. Rio de Janeiro: Cobogó.
Madeiro C. (2018). Taxa de homicídios de negros cresce 23% em 10 anos; mortes de brancos caem. Uol, 05 jun. Disponível em: <https://noticias.uol.com.br/cotidiano/ultimas-noticias/2018/06/05/taxa-de-homicidios-de-negros-cresce-26-em-10-anos-mortes-de-brancos-caem.htm>.
Mannoni O. (1991). Eu sei, mas mesmo assim. In Skatz C. (org.). Psicose: uma leitura psicanalítica. Trad. Mary Kleinman. 2. ed. São Paulo: Escuta.
Nascimento A. (2017). O genocídio do negro brasileiro. Processo de um racismo mascarado. São Paulo: Perspectiva.
Nassif T. (2019). Racismo estrutural é negligenciado por psicólogos não negros em atendimentos. IP na mídia, 27 maio. Disponível em: <https://www.ip.usp.br/site/noticia/racismo-estrutural-e-negligenciado-por-psicologos-nao-negros-em-atendimentos/>.
Putti A. (2019). Assassinatos de jovens negros no Brasil aumentam 429% em 20 anos. Carta Capital, 17 abr. Disponível em: <https://www.cartacapital.com.br/sociedade/assassinatos-de-jovens-negros-no-brasil-aumentam-429-em--20-anos/ >.
Reis E.S. (2019). Transmissão transgeracional – subjetivação do trauma coletivo. Primórdios, v. 6, n. 6, p. 45-66.
R 7. (2019). Brasil tem 180 homicídios por dia e 75% são de negros. Correio do Povo, 05 jun. Disponível em:<https://www.correiodopovo.com.br/not%C3%ADcias/geral/brasil-tem-180-homic%C3%ADdios-por-dia-e-75-s%C3%A3o-de--negros-diz-atlas-1.343494>.
Schwarcz L.M. (2015). Racismo, este estranho familiar. Percurso 54: Exigências da clínica e da cultura à psicanálise, ano XXVIII, jun., p. 109-120.
Veríssimo T.C. (2015). O racismo nosso de cada dia e a incidência da recusa no laço social. Percurso 54: Exigências da clínica e da cultura à psicanálise, ano XXVIII, jun., p. 43-52.
assinepercurso@uol.com.br