O primado do masculino em xeque

Autores

  • Flavio Carvalho Ferraz Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

feminilidade, falo, gênero, posição masculina, posição feminina, teoria freudiana do sexual

Resumo

O trabalho reapresenta o problema do primado do falo na teoria sexual freudiana, buscando articular, do ponto de vista epistemológico, a produção teórica psicanalítica com as determinantes culturais que lhe subjazem. Para discutir o tema, apóia-se em duas fontes distintas e heterogêneas: a primeira é o trabalho crítico de Joel Birman, que demonstra a influência da ideologia do patriarcalismo sobre as teorias sexuais freudiana (descrevendo a trajetória desta problemática no interior do pensamento freudiano) e lacaniana; a segunda é a inversão feita por R. S. Stoller na teoria freudiana da identidade sexual, propondo, contrariamente a Freud, que a construção da posição masculina é um caminho mais longo e tortuoso do que o da posição feminina.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Flavio Carvalho Ferraz, Universidade de São Paulo

É membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e livre-docente pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo; autor de Tempo e Ato na Perversão (Casa do Psicólogo), entre outros. Este trabalho foi apresentado na II Jornada Temática Interlocuções sobre o feminino na clínica, na teoria, na cultura (Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, maio de 2007).

Referências

Assoun P. -L. (1983). Introdução à epistemologia freudiana. Rio de Janeiro: Imago.

Birman J. (2006). Arquivos do mal-estar e da resistência. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.

Bollas C. (1992). A sombra do objeto: psicanálise do conhecido não-pensado. Rio de Janeiro: Imago.

Ceccarelli P. R. (2002). "Configurações edípicas da contemporaneidade: reflexões sobre novas formas de filiação". Pulsional, 15(161): 88-98.

Costa J.F. (1994). A ética e o espelho da cultura. Rio de Janeiro: Rocco.

Ferraz F.C. (2001). "A erotização do ódio na perversão". Percurso, 14(26): 121-124.

_____. (2002). Perversão. São Paulo: Casa do Psicólogo.

Freud S. (1905[1972]). "Três ensaios sobre a teoria da sexualidade". Edição Standard Brasileira das Obras Completas. Rio de Janeiro: Imago; v.7.

_____. (1924a). "A dissolução do complexo de Édipo". Op. cit., v.19.

_____. (1924b). "O problema econômico do masoquismo". Op. cit., v.19.

_____. (1925). "Algumas conseqüências psíquicas da distinção anatômica entre os sexos". Op. cit., v.19.

_____. (1930). "O mal-estar na civilização". Op. cit., v.21.

_____. (1933). "Conferência xxxiii: Feminilidade" ("Novas conferências introdutórias sobre psicanálise"). Op. cit., v.22.

Houaiss A.; Villar M.S. (2004). Minidicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva.

Labaki M.E.P. (2007). "Ter filho é o mesmo que ser mãe?" II Jornada Temática: Interlocuções sobre o feminino na clínica, na teoria, na cultura. São Paulo: Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.

Lalande A. (1999). Vocabulário técnico e crítico da filosofia. São Paulo: Martins Fontes.

Nasio J.-D. (1993). Cinco lições sobre a teoria de Jacques Lacan. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

_____. (1997). Lições sobre os sete conceitos cruciais da psicanálise. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.

Pitliuk L. (2007). "Um mal-estar no feminino". II Jornada Temática: Interlocuções sobre o feminino na clínica, na teoria, na cultura. São Paulo: Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae.

Sigal A.M. (2002). "Algo mais que um brilho fálico: considerações acerca da inveja do pênis". In Alonso, S.L.; Gurfinkel, A.C.; Breyton, D.M. (orgs.) Figuras clínicas do feminino no mal-estar contemporâneo. São Paulo: Escuta.

_____. (2003). "A mulher não nasce mãe, pode tornar-se mãe: a psicanálise, o feminino e sua relação com as novas técnicas de fertilização". In Fuks, L.B. & Ferraz, F.C. (orgs.) Desafios para a psicanálise contemporânea. São Paulo: Escuta.

Stoller R.J. (1896[1975]). Perversion: the erotic form of hatred. London: Karnac Books.

Wittgenstein L. (1975[1953]). "Investigações filosóficas". Os pensadores. São Paulo: Abril Cultural.

Downloads

Publicado

30-06-2008

Como Citar

Ferraz, F. C. (2008). O primado do masculino em xeque. Percurso, 21(40), 69–78. Recuperado de https://percurso.openjournalsolutions.com.br/index.php/ojs/article/view/1100

Artigos mais lidos pelo mesmo(s) autor(es)

1 2 > >>