Por uma clínica da cultura
Palavras-chave:
escuta, ceasm, interpretação, clínica da cultura, dívida, dom, outrem, laço social, comumResumo
Trata-se de apresentar as principais linhas de força da experiência da ong ceasm – Centro de Estudos e Ações Solidárias da Maré, obtidas por meio de uma escuta participativa, durante três anos, junto a membros fundadores, coordenadores de redes e participantes. Essa escuta relaciona-se ao desejo de contribuir freudianamente para a elaboração de uma interpretação da cultura contemporânea com base nos movimentos sociais nascidos em favelas, dos quais a ong ceasm é exemplar. Ela se desdobra na ideia de construir uma clínica da cultura na qual a psicanálise surge como uma parceira possível do ceasm, pois, para além da escuta, dá sentido às estratégias autoemancipatórias implementadas por esta ong, evidenciando como ela trata o laço social falido através de uma política do dom, de uma ética do outrem e do reconhecimento da dívida, assim como de uma estética de valores.
Downloads
Referências
Austin J.L. (1970). Quand dire, c´est faire. Paris: Seuil.
Bataille G. (1943). La partie maudite. Paris: Gallimard.
Blanchot M. (2001). Conhecimento do desconhecido. In: Conversação infinita. São Paulo: Escuta, p. 95-107.
_____. (2001). A grande recusa. In: Conversação infinita. São Paulo: Escuta, p. 73-94.
Cocco G.; Hopstein, G. (2002). As multidões e o império. Rio de Janeiro: dp&a.
Continentino A.M. (2004). Horizonte dissimétrico: onde se desenha a ética radical da desconstrução. In: Desconstrução e ética - Ecos de Jacques Derrida. Rio de Janeiro: Ed. PUC-Rio/Loyola, p. 131-149.
Deleuze G. (1990). Nietzsche e a filosofia. Rio de Janeiro: Graal.
_____. (1992). Post-scriptum: sobre as sociedades de controle. In: Conversações. Rio de Janeiro: Ed. 34.
Derrida J. (2001). Estados-da-alma da psicanálise. São Paulo: Escuta.
_____. (1987-1998). Psyché - Inventions de l'autre. Psyché - Inventions de l'autre. Paris: Ed. Galilée.
_____. (1997). De l'hospitalité. Paris: Calman-Lévy.
_____. (2007). Força de lei. São Paulo: Martins Fontes.
Dunley G. (2001). O silêncio da Acrópole - Freud e o trágico - Uma ficção psicanalítica. Rio de Janeiro: Forense Universitária/Fiocruz.
_____. (2005). A festa tecnológica - O trágico e a crítica da cultura informacional. São Paulo: Escuta/Fiocruz.
_____. (2005/2006). O patrimônio da memória das comunidades da Maré - Prêmio Rodrigo Melo Franco de Andrade - IPHAN, O Prelo - Revista de Cultura da Imprensa Oficial e Órgão do Conselho Estadual de Cultura do Estado do Rio de Janeiro.
_____. (2004). Uma leitura econômica - a parte maldita e o conceito de estrutura em psicanálise. Cadernos de Psicanálise - CPRJ, Rio de Janeiro: CPRJ, ano 26, n. 17, p. 129-141.
_____. (2009). Um compromisso com o futuro da psicanálise - Resenha de Ensaio sobre o dom, de Marcel Mauss. Percurso, n. 42, jun., p. 161.
_____. Museu da Maré: memória da resistência, Revista Global n. 9.
Esposito R. (2003). Communitas. Origem y destino de la comunidad. Buenos Aires: Amorrortu.
Esteves A. O Cidadão: um jornal comunitário na era da globalização. Dissertação [Mestrado], Escola de Comunicação da UFRJ.
Foucault M. (2005). Em defesa da sociedade. São Paulo: Martins Fontes.
Freud S. (1914/1973). Introducción al narcisismo. In: Obras completas. Madrid: Biblioteca Nueva. v.2, p. 2017-2033.
_____. (1915/1973). Consideraciones da actualidad sobre la guerra y la muerte. In: Obras completas. Madrid: Biblioteca Nueva. v.2, p. 2101-2117.
_____. (1924/1973). Psicologia de las massas y analisis del yo. In: Obras completas. Madrid: Biblioteca Nueva. v. 3, p. 2563-2610.
_____. (1929/1973). El mal-estar en la cultura. In: Obras completas. Madrid: Biblioteca Nueva. v.3, p. 3017-3067.
_____. (1933/1973). El porqué de la guerra. In: Obras completas. Madrid: Biblioteca Nueva. v.3, p. 3207-3215.
Godélier M. (1996). L´enigme du don. Paris: Flammarion.
Haddock-Lobo R. (2004). As muitas faces do Outro em Lévinas. In: Desconstrução e ética - Ecos de Jacques Derrida. Rio de Janeiro: Ed. puc-Rio/Loyola, p. 165-192.
Lacan J. (1992). Função de campo da fala e da linguagem em psicanálise. In: Escritos. São Paulo: Perspectiva.
Lazzarato M.; Negri A. (2001). Trabalho imaterial. Rio de Janeiro: dp&a.
Lévinas E. (2005). Totalidade e infinito. Trad. José P. Ribeiro. Lisboa: Ed. 70.
Mauss M. (1950/2001). Essai sur le don. Paris: puf [Ensaio sobre a dádiva. Lisboa: Ed. 70].
Negri A. (2002). O poder constituinte - ensaios sobre as alternativas da modernidade. Rio de Janeiro: dp&a.
_____. (2003). Kairo, Alma Venus, Multitudo. Rio de Janeiro: dp&a.
_____; Hardt M. (2004). Multidão - Guerra e democracia na era do império. Rio de Janeiro: Record.
_____. (1993). Anomalia selvagem. Poder e potência em Spinoza. Rio de Janeiro: Ed. 34.
Nietzsche F. (2005). A gaia ciência. Rio de Janeiro: Companhia das Letras, 2005.
Ortega F. (2002). Para uma política da amizade - Derrida, Arendt, Foucault. Rio de Janeiro: Relume-Dumará.
Rolnik S. (1986). Micropolítica. Um novo paradigma estético. Petrópolis: Vozes.
Szaniecki B. (2007). Estética da multidão. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
Vital-Brazil H. (1994). As ideologias do desejo, utopias e um inconsciente político. In: Desejo, barbárie e cidadania. Petrópolis: Vozes.
Viveiros de Castro E. (2008). Encontros. Rio de Janeiro: Azougue.