O inconsciente e a linguagem na psicanálise contemporânea

Autores

  • Fernando Urribarri Associação Psicoanalítica Argentina
  • Luciano Loprete

Palavras-chave:

linguagem, afeto, significante, lacanismo, psicanálise contemporânea, discurso vivo, linguística pós-saussuriana, teoria generalizada da representação, trabalho do negativo

Resumo

Urribarri percorre neste texto a história das contribuições de André Green à questão da linguagem na psicanálise. Dessa perspectiva, ele destaca três momentos principais na obra do autor. De início, em um período “lacaniano” (anos 1960), Green estuda a linguagem e a simbolização no horizonte intelectual delineado pelas teses de Lacan. Segue-se a fase “pós-lacaniana” (anos 1970-1980), fase crítica, na qual ele examina os impasses reducionistas do lacanismo, contesta a exclusão do afeto e conceitua a especificidade da linguagem na e para a psicanálise. Chega, por fim, à “etapa contemporânea” (anos 1990, até 2010): a linguagem é elucidada “no seio da teoria generalizada da representação” em articulação com as teorias da terceiridade e do trabalho do negativo, e seu papel é redefinido no centro dos processos de criação e de destruição do sentido.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Fernando Urribarri, Associação Psicoanalítica Argentina

É psicanalista, membro da Associação Psicoanalítica Argentina (APA), na qual dirige o Seminário de Pesquisa André Green. A partir dos anos 2000, foi colaborador próximo de André Green. Fundador, em Buenos Aires, de Zona Erogena, Revista de psicoanalisis e de piensamiento contemporaneo, publicou em espanhol textos ou entrevistas de Roland Barthes, Julia Kristeva, Felix Guattari, Jean Laplanche, Cornélius Castoriadis, Piera Aulagnier, André Green e muitos outros. O texto aqui apresentado é uma nova versão de seu prefácio para o livro de Green, Du signe au discours, Psychanalyse et théories du langage, Éditions d’Ithaque, Paris, 2011. É autor de Entretiens avec André Green. La psychanalyse contemporaine chemin faisant, Paris, Ithaque, 2013.

Referências

Bouquet S.; Rastier F. (dir.). Une introduction aux sciences de la culture. Paris: puf.

Bouquet S. (1999). Y a-t-il une théorie saussurienne de l'interprétation?, Cahiers de praxématique 33 (1999).

Culioli A. (1990). Pour une linguistique de l'énonciation. Gap: Orphis.

Green A. (1990). De la tiercéité. La Psychanalyse: questions pour demain, Monographies de la Revue Française de Psychanalyse. Paris: puf, p.?243-277; também in A. Green, La pensée clinique. Paris: Odile Jacob, 2002.

_____. (1974/1990). L'analyste, la symbolisation et l'absence dans le cadre analytique. In A. Green, La folie privée. Paris: Gallimard.

_____. (1962). L'Inconscient freudien et la psychanalyse française contemporaine, Les Temps Modernes n. 195, p.?365-379.

_____. (1965/1995). L'objet (a) de J. Lacan, sa logique et la théorie freudienne, conferência feita no seminário de J. Lacan; In: A. Green, Propédeutique. La métapsychologie revisitée. Seyssel: Champ Vallon.

_____. (2011). Le langage au sein de la théorie générale de la représentation. In: A. Green, Du signe au discours. Paris: Ithaque.

_____. (1984). Le langage dans la psychanalyse. In: A. Green, R. Diatkine et al., Langages. IIe Rencontres psychanalytiques d'Aix-en-Provence (1983). Paris: Les Belles Lettres.

_____. (1991). Comunicação pessoal de André Green a Fernando Urribarri.

_____. (2011). Du signe au discours. Paris: Ithaque.

_____. (1995). La causalité psychique: entre nature et culture. Paris: Odile Jacob.

_____. (2002). La pensée clinique. Paris: Odile Jacob.

_____. (1973). Le Discours vivant. La conception psychanalytique de l'affect. Paris: puf, Quadrige. [O discurso vivo. Uma teoria psicanalítica do afeto. Rio de Janeiro: F. Alves, 1982.]

_____. (1969). Un œil en trop. Le complexe d'Œdipe dans la tragédie. Paris: Minuit.

Lacan J. (1966). Écrits. Paris: Seuil.

_____. Fonction et champ de la parole et du langage en psychanalyse (Relatório do Congresso de Roma), La Psychanalyse 1, p.?81-166. Também in J. Lacan, Écrits, op. cit., p.?237-322.

Laplanche J.; Leclaire S. (1960). L'Inconscient: une étude psychanalytique (Colóquio de Bonneval, 1960), Les Temps Modernes 183, p.?81-129. Também in J. Laplanche, Problématiques iv. L'inconscient et le ça. Paris: puf, 1981.

Peirce C. S. (1978). Écrits sur le signe. Trad. francesa de G. Deledalle. Paris: Seuil.

Rastier F. (2006), De l'origine du langage à l'émergence du milieu sémiotique, Marges linguistiques 11.

Saussure F. (2002). Écrits de linguistique générale. Edition établie par S. Bouquet et R. Engler, avec la collaboration d'A. Weill. Paris: Gallimard.

Urribarri F. (2008). Après Lacan: père et filiation analytique chez André Green. In: D. Cupa, Le Père dans la culture contemporaine. Paris: puf.

_____. (2002). Pour introduire la pensée tertiaire. In: C. Botella, Penser les limites. Écrits en l'honneur d'André Green. Lausanne: Delachaux & Niestlé.

_____. (2010). Passion clinique, pensée complexe (Postface). In A. Green, Illusions et désillusions du travail psychanalytique. Paris: Odile Jacob.

O sistema de representação

Freud S. (1916-1917/1968). Complément métapsychologique à la théorie du rêve. In: S. Freud, Métapsychologie. Paris: Gallimard, p.?125-146.

Freud S. (1915/2004). Pulsões e destinos da pulsão. In: Obras psicológicas de Sigmund Freud - Escritos sobre a Psicologia do Inconsciente (1915-1920). v. 2. Trad. Luiz Alberto Hanns. Rio de Janeiro: Imago. [Freud S. (1915/1968). "Pulsions et destin des pulsions". In: S. Freud, Métapsychologie, Paris: Gallimard, p.?11-44.]

Freud S. (1891/1983). Contribution à la conception des aphasies: une étude critique. Paris: puf.

Freud S. (1950/2002). Naissance de la psychanalyse. Lettres à Wilhelm Fließ: notes et plans. Paris: puf.

Downloads

Publicado

28-06-2013

Como Citar

Urribarri, F., & Loprete, L. (2013). O inconsciente e a linguagem na psicanálise contemporânea. Percurso, 25(49/50), 121–132. Recuperado de https://percurso.openjournalsolutions.com.br/index.php/ojs/article/view/1331