A homossexualidade dos analistas - história, política e metapsicologia
Palavras-chave:
homossexualidade dos psicanalistas, IPA, psicanálise, normatividade, escolha de objetoResumo
Durante muitas décadas, na IPA, tanto como em outras associações psicanalíticas, sujeitos homossexuais foram considerados como doentes e, portanto, banidos da formação didática e do acesso à posição de psicanalistas. Hoje em dia, esta visão, às vezes mantida, parece proceder de uma concepção meramente intrapsíquica do sexual-infantil, desvinculada do contexto histórico, político e clínico das homossexualidades, e dá lugar a uma versão normalizadora da sexualidade. Este artigo pretende apresentar uma breve história da formação e da dissolução de uma regra não escrita referente à homossexualidade do/a analista, para abordar, num segundo momento, algumas reflexões decorrentes destes debates históricos.
Downloads
Referências
American Psychoanalytic Association. “Annual Meeting – May 8th, 1991”. Journal of the American Psychoanalytic Association.
Berman E. (1998). Homosexuality: chaired by Aiban Hagelin, Buenos Aires. International Journal of Psychoanalysis, n. 4, Inglaterra.
Bieber I.; Dain H.; Dince P.; Drellich H.; Grand H.; Gundlach R.; Kremer M.; Rifkin A.; Wilbur C.; Bieber T. (1962). Homosexuality: a Psychoanalytic Study. New York: Basic Books.
Bonningue C. (1997). L’inconscient homosexuel: editorial. La cause freudienne, n. 37, França.
Boston Psychoanalytic Association. Website <http://www.bostonpsychoanalytic.org/analytic_training> (Acessado em 7 dez. 2012).
Botella C. (2001). A response to Ralph Roughton’s Paper. International Psychoanalysis: the Newsletter of the IPA, n. 1, Inglaterra.
Botella C. (1999). L’homosexualité(s): Vicissitudes du narcissisme. Revue Française de Psychanalyse, n. 4, França, 1999.
Bychowski G. (1956). The ego and the introjects. Psychoanalytic quarterly, n. 1, Estados Unidos.
Drescher J. (1995). A history of homosexuality and organized psychoanalysis. Journal of the American Academy of Psychoanalysis and Dynamic Psychiatry, n. 3, Estados Unidos.
Ellis M. L. (1994). Lesbians, gay men and psychoanalytic training. Free Associations, n. 4, Inglaterra.
Fassin E. (2006). De la question sociale à la question raciale. Représenter la société française. Paris: La découverte.
Foucault M. (1976). Histoire de la sexualité. Tome I. La volonté de savoir. Paris: Gallimard.
Green A. (1997). Les Chaînes d’Éros. Actualité du sexuel. Paris: Odile Jacob.
Isay R. (2009). Becoming gay: the journey to self-acceptance. New York: Vintage Books.
Kolb L.; Johnson A. (1955). Etiology and therapy of overt homosexuality. Psychoanalytic Quarterly, n. 4, Estados Unidos.
Nicolaïdis N. (2001). L’homosexualité et la question de la différence. Médecine et Hygiène, n. 21, França.
Rado S. (1940). A critical examination of the concept of bisexuality. Psychosomatic Medicine, n. 2, Estados Unidos.
Rauchfleisch U. (1993). Homosexuality and psychoanalytic training. Forum der psychoanalyse, n. 4, Áustria.
Roudinesco E. (2002). Psychanalyse et homosexualité: réflexions sur le désir pervers, l’injure et la fonction paternelle. Cliniques Méditerranéennes, n. 65, França.
Roughton R. (2001). Homosexuality: Clinical and technical issues. International Psychoanalysis: the Newsletter of the IPA, n. 1, Inglaterra.
_____. (2001). Homosexuality: Continued. International Psychoanalysis: the Newsletter of the IPA, n. 2, Inglaterra.
_____. (2002). Rethinking homosexuality: what it teaches us about psychoanalysis”. Journal of the American Psychoanalytic Association, n. 3, Estados Unidos.
_____. (2003). The International Psychoanalytic Association and Homosexuality. Journal of Gay and Lesbian Psychotherapy, n. 1-2, Estados Unidos.
Socarides C. (1972). Homosexuality: basic concepts and psychodynamics. International Journal of Psychiatry, n. 1, Estados Unidos.
_____. (1968). The overt homosexual. New York: Grune & Stratton.