Os indigentes da memória

Autores

  • Jeanne Marie Gagnebin Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

Palavras-chave:

desaparecidos, túmulo, ditadura militar, Bernardo Kucinski

Resumo

O artigo reflete sobre a importância dos rituais funerários e dos túmulos como signos da presença dos mortos na memória dos vivos. Tenta mostrar como essa exigência orienta o trabalho poético desde a Ilíada e como ela se repete no contexto doloroso dos desaparecidos da ditadura militar no Brasil, analisando notadamente dois textos recentes, entre ficção e testemunho, de Bernardo Kucinski. Por fim, pergunta-se a respeito do descaso manifestado no enterro em valas comuns de pessoas pobres, facilmente identificáveis, sem aviso às famílias que continuam, por anos, a procurar por desaparecidos.

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Biografia do Autor

Jeanne Marie Gagnebin, Pontifícia Universidade Católica de São Paulo

É professora titular de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e livre-docente em Teoria Literária da Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).

Referências

Homero (2001). Ilíada. Trad. Haroldo de Campos. São Paulo: Mandarim.

Kucinski B. (2013). K. Relato de uma busca. São Paulo: Cosac Naify. [primeira edição esgotada: São Paulo: Expressão Popular, 2011.]

_____. (2014). Você vai voltar para mim. Cosac Naify.

Levi P. (1989). Os afogados e os sobreviventes: quarenta anos depois de Auschwitz. São Paulo: Paz e Terra.

Sófocles. Antígona (várias traduções).

Vernant, J. P. (1989). L’individu, la mort, l’amour. Paris: Gallimard.

Jornal Folha de S.Paulo, vários números de abril e maio de 2014.

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Publicado

30-06-2014

Como Citar

Gagnebin, J. M. (2014). Os indigentes da memória. Percurso, 26(52), 35–40. Recuperado de https://percurso.openjournalsolutions.com.br/index.php/ojs/article/view/1374