Racismo: um trauma coletivo não considerado

Autores

  • Marisa Corrêa da Silva Instituto Sedes Sapientiae

DOI:

https://doi.org/10.70048/percurso.73.21-34

Palavras-chave:

racismo, trauma, introjeção

Resumo

Focando especificamente o racismo em relação à população negra, este texto visa principalmente caracterizar o racismo estrutural e institucional como um fator traumático coletivo. Processos de introjeção, projeção e identificação facilitam o entendimento psicodinâmico desse trauma que não alcança representação e nem integração no aparelho psíquico. A confrontação do(a) analista com o seu próprio racismo internalizado é imprescindível para propiciar a simbolização desse traumático através do processo transferencial e contratransferencial.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Marisa Corrêa da Silva, Instituto Sedes Sapientiae

Marisa Corrêa da Silva é médica psiquiatra e psicanalista, membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae e articuladora do Grupo de Trabalho, Estudo e Pesquisa “A Cor do Mal Estar: da Invisibilidade do Trauma ao Letramento” no mesmo Departamento; Formação psicanalítica: título e membro pelo Instituto Psicanalítico Berlin (PaIB).

Referências

Almeida S.L. (2019). Racismo estrutural. São Paulo: Pólen. Coleção Feminismos Plurais, coord. Djamila Ribeiro.

Bento M.A.S.; Carone I. (2016). Psicologia social do racismo: estudos sobre branquitude e branqueamento no Brasil. Petrópolis: Vozes.

Bion W.R. (1992). Lernen durch Erfahrung. Frankfurt: Suhrkamp.

Bohleber W. (2000). Die Entwicklung der Traumatheorie in der Psychoanalyse, Germany: Psyche, 54. Jahrgang, Heft 9/10, Klett-Cotta.

Conceição C.T.M.; Meinão I.M.; Bombana J.A.; Sato, E.I. (2019). Psychoanalytic psychotherapy improves quality of life, depression, anxiety and coping in patients with systemic lupus erythematosus: a controlled randomized clinical trial, Advances in Rheumatology, v. 59.

Dube S.R.; Fairweather D.L.; Pearson W.S.; Felitti V.J.; Anda, R.F.; Croft J.B. (2009). Cumulative childhood stress and autoimmune diseases in adults, U.S.A, Psychosomatic Medicine 71(2), p. 243-250

Davis M.F. (2011). Internal racism. New York: Palgrave Macmillan.

Dupont J. (1999). Der Traumabegriff nach Ferenczi und sein Einfluß auf die spätere psychoanalytische Forschung, Psyche, 53, Germany. p. 419-431, Klett-Cotta.

Fanon F. (2008). Pele negra, máscaras brancas. Salvador: Edufba.

Ferenczi S. (1933/1976). Sprachverwirrung zwischen den Erwachsenen. Bausteine zur Psychoanalyse III, Bern/Stuttgart, Huber, p. 490-510.

Fetscher R. (1981). Das Selbst und das Ich, Psyche, 35. Germany, p. 616-641, KlettCotta.

Freud S. (1991). Vorlesungen zur Einführung in die Psychoanalyse. Frankfurt: Taschenbuch Fischer Verlag.

____ (1919). Das Unheimliche, Imago. Zeitschrift für Anwendung der Psychoanalyse auf die Geisteswissenschaften, Jg. 5, H. 5/6, S. 297-324.

Gapp K. et al. (2020). Alterations in sperm long RNA contribute to the epigenetic inheritance of the effects of postnatal trauma, Molecular Psychiatry, v. 25, p. 2162-2174.

Green A. (1988). Narcisismo de vida, narcisismo de morte. São Paulo: Escuta.

Kilomba, G. (2019). Plantation memories. Episodes of everyday racism. Münster, Germany: UNRAST – Verlag.

Kohut H. (1976). Narzißmus: Eine Theorie der psychoanalytischen Behandlung narzißtischer Persönlichkeitsstörungen. Germany: Suhrkamp.

Maldonado G.; Cardoso M.R. (2009). O trauma psíquico e o paradoxo das narrativas impossíveis, mas necessárias. Psicologia Clínica, Rio de Janeiro, v. 21, n.1, p. 45-57.

Miranda M.A. (2004). A beleza negra na subjetividade das meninas: um caminho para as Mariazinhas. Considerações psicanalíticas. Dissertação [mestrado], Universidade de São Paulo, São Paulo.

Nogueira I.B. (1988). Significações do corpo negro. Tese [doutorado], Universidade de São Paulo, São Paulo.

Reis E.S. (2004). Corpo e memória traumática. Texto apresentado no I Congresso Internacional de Psicopatologia Fundamental e VII Congresso Brasileiro de Psicologia Fundamental, Rio de Janeiro, Brasil.

Rosenberg F. (2010). Introjekt und Trauma. Frankfurt am Main, Germany: Brandes & Appel Verlag GmbH.

Schulze S. ( Januar 2018). Schwarz und Weiß im analytischen Raum: über rassistische innere Objekte, Germany: Psyche, 72. Jahrgang, Heft 1, psycho-sozial verlag.de.

Seidler G.H. (1995). Der Blick des Anderen. Stuttgart, Germany: Verlag Internationale Psychoanalyse.

Silva A.F.M. (2012). Vinculação e stresse na artrite reumatoide do ponto de vista psicossomático. Dissertação [Mestrado] em Psicologia Clínica e Aconselhamento, Universidade Autônoma de Lisboa – Departamento de Psicologia e Sociologia.

Souza N.S. (1983). Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal.

Steiner J. (1998). Narzisstische Objektbeziehungen und pathologische Persönlichkeitsorganisationen aus Orte des seelischen Rückzugs. Stuttgart: Klett-Cotta.

Vinker, C.H. et al. (2021). Successful treatment of post-traumatic stress disorder reverses DNA methylation marks. Molecular Psychiatry, v. 26 (4), p. 1264-1271.

Williams G. (2003). Über Introjektionsprozesse: die Hypothese einer Omega-Funktion, aus Innenwelt und Fremdkörper. Stuttgart: Klett-Cotta.

Winnicott D.W. (1992). Fear of Breakdown from Psychoanalytic Exploratiions. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.

Downloads

Publicado

09-04-2025

Como Citar

da Silva, M. C. (2025). Racismo: um trauma coletivo não considerado. Percurso, 36(73), 21–34. https://doi.org/10.70048/percurso.73.21-34