A clínica com migrantes no Projeto Ponte - a opção pela língua portuguesa e a análise das heranças psíquicas da colonização

Autores

  • Caroline Yu Instituto Sedes Sapientiae
  • Cláudia Sagula Psicanalista
  • Heloisa Silva Universidade de São Paulo
  • Liliana Emparan Universidade de São Paulo
  • Lisette Weissmann Instituto Sedes Sapientiae
  • Pablo Castanho Universidade de São Paulo (USP)
  • Vania Prata Psicóloga

Palavras-chave:

clínica psicanalítica com migrantes, atendimento grupal, colonização, globalização, língua materna e estrangeira, subjetivação da diferença

Resumo

Neste artigo apresentaremos os desafios do trabalho psicanalítico com migrantes realizado pelo Projeto Ponte na Clínica do Instituto Sedes Sapientiae. Aposta-se na potência do grupo e no interjogo entre línguas maternas e as tentativas de falar a partir da língua do país de destino. O analista assume também um lugar de estrangeiro ao escolher o idioma português como estratégia clínica para favorecer o trabalho de elaboração das heranças psíquicas da colonização.

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Biografia do Autor

Caroline Yu, Instituto Sedes Sapientiae

É psicóloga formada pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), aprimoranda do curso de Terapia Psicanalítica/Familiar e Casal do Instituto Sedes Sapientiae.

Cláudia Sagula, Psicanalista

É psicanalista, graduada em Psicologia e Pedagogia, Pós-graduação em Psicopedagogia.

Heloisa Silva, Universidade de São Paulo

É mestre em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento pela Universidade de São Paulo (USP). Graduada em Psicologia pela mesma instituição.

Liliana Emparan, Universidade de São Paulo

É doutoranda em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP). Mestre em Psicologia e Educação. Psicopedagoga. Psicanalista e Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae. Formada no curso de Teoria Psicanalítica de casal e família pelo Sedes. Coordenadora do Projeto Ponte.

Lisette Weissmann, Instituto Sedes Sapientiae

É doutora em Psicologia Clínica pelo Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (IP-USP), Mestre em Psicologia Clínica pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), especialista em Psicanálise de Casais e Famílias pela AUPCV. Membro do Departamento de Psicanálise do Instituto Sedes Sapientiae, Professora da BSP. Consultora intercultural com expatriados.

Pablo Castanho, Universidade de São Paulo (USP)

É professor doutor do Departamento de Psicologia Clínica do Instituto de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP). Supervisor externo para os grupos psicoterapêuticos do Projeto Ponte, como parte dos projetos de extensão universitária do CLIGIAP. Líder do grupo de pesquisa (CNPq) CLIGIAP (Clínica de Grupos e Instituições: Abordagem Psicanalítica).

Vania Prata, Psicóloga

É psicóloga formada pela Universidade Metodista, psicanalista formada pelo Centro de Estudos
Psicanalíticos – CEP.

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Publicado

29-06-2018

Como Citar

Yu, C., Sagula, C., Silva, H., Emparan, L., Weissmann, L., Castanho, P., & Prata, V. (2018). A clínica com migrantes no Projeto Ponte - a opção pela língua portuguesa e a análise das heranças psíquicas da colonização. Percurso, 30(60), 97–108. Recuperado de https://percurso.openjournalsolutions.com.br/index.php/ojs/article/view/195