Minto, logo existo

Autores

  • Radmila Zygouris Psicanalista

Palavras-chave:

mentira, criança, psicanálise, princípio de concepção, criação

Resumo

Neste texto, originalmente escrito em 2002, a psicanalista francesa Radmila Zygouris situa a mentira como um recurso psíquico que protege o sujeito frente à indocilidade do objeto e da realidade. Retirando-a de uma lógica moralizante, traz distinções entre a mentira ordinária, a do mitômano e a do psicótico. Traça, sobretudo, uma diferença fundamental entre a mentira da criança e a do adulto, localizando-as em planos distintos e propondo uma outra leitura sobre a inocência da criança, destituindo-a do ideal de pureza que por vezes lhe é atribuído no discurso social. Por fim, Radmila aponta semelhanças no recurso psíquico à mentira com o ato de criação e a capacidade de fantasiar uma outra realidade.

Tradução: Beatriz Martinho Azevedo e Renato Mezan

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Radmila Zygouris, Psicanalista

É psicanalista francesa de origem iugoslava. Foi membro da Escola Freudiana de Paris até sua dissolução por Lacan, em 1980. Durante esse período, foi co-fundadora da revista de psicanálise L’Ordinaire du Psychanalyste, publicada em Paris entre 1973 e 1978. Escreveu vários livros, entre os quais Ah! As belas lições!, Pulsões de vida, Nem todos os caminhos levam a Roma e Psicanálise e psicoterapia, traduzidos para o português. Foi entrevistada pela Percurso em 1996 e 2010; ambas as entrevistas figuram no livro Psicanálise Entrevista. Atualmente, vive e trabalha em Paris.

Referências

Freud S. (1913/2010). Duas mentiras infantis. In Obras completas (vol. 10); São Paulo: Companhia das Letras

Downloads

Publicado

30-12-2022

Como Citar

Zygouris, R. (2022). Minto, logo existo. Percurso, 35(69), 25–34. Recuperado de https://percurso.openjournalsolutions.com.br/index.php/ojs/article/view/5