Minto, logo existo
Palavras-chave:
mentira, criança, psicanálise, princípio de concepção, criaçãoResumo
Neste texto, originalmente escrito em 2002, a psicanalista francesa Radmila Zygouris situa a mentira como um recurso psíquico que protege o sujeito frente à indocilidade do objeto e da realidade. Retirando-a de uma lógica moralizante, traz distinções entre a mentira ordinária, a do mitômano e a do psicótico. Traça, sobretudo, uma diferença fundamental entre a mentira da criança e a do adulto, localizando-as em planos distintos e propondo uma outra leitura sobre a inocência da criança, destituindo-a do ideal de pureza que por vezes lhe é atribuído no discurso social. Por fim, Radmila aponta semelhanças no recurso psíquico à mentira com o ato de criação e a capacidade de fantasiar uma outra realidade.
Tradução: Beatriz Martinho Azevedo e Renato Mezan
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Referências
Freud S. (1913/2010). Duas mentiras infantis. In Obras completas (vol. 10); São Paulo: Companhia das Letras