Banido, bando, bandido, bandeirante

Autores

  • Paulo Cesar Endo Universidade de São Paulo

Palavras-chave:

ditadura civil-militar brasileira, psicanálise, Operação Bandeirante

Resumo

Este artigo examina algumas aproximações importantes entre os procedimentos, as ambições e os desejos presentes numa situação inquisitorial operada por agentes de repressão do estado. Procura aproximar, mais especificamente, determinados instrumentos de coação utilizados pela repressão brasileira no período em que vigorou a ditadura civil-militar no Brasil. O exame da Operação Bandeirante, em São Paulo, será utilizado como exemplo de tentativa discursiva e técnica de inscrição mimética de hierarquias, poderes e identificações forçadas, numa tentativa de transformar os subversivos em guardiões da ordem.

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Biografia do Autor

Paulo Cesar Endo, Universidade de São Paulo

É psicanalista e professor da pós-graduação em Humanidades, Direitos e Outras Legitimidades (FFLCH-USP) e do Instituto de Psicologia (IPUSP). É expert junto ao Centro pelo Direito e a Justiça Internacional (CEJIL) e foi membro do Grupo Multidisciplinar Independente de peritos no combate à Tortura e à Violência Institucional entre 2008 e 2013 e do Comitê Nacional de Combate à Tortura e à Violência Institucional entre 2012 e 2013. É membro da cátedra UNESCP/USP de Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância e pesquisador do Laboratório de Psicanálise, Arte e Política da UFRGS e do Grupo de Trabalho Psicanálise, Política e Cultura da ANPEPP. Recebeu o prêmio Jabuti em 2006 pela obra A Violência no Coração da Cidade: Um Estudo Psicanalítico. É autor e organizador de vários livros e artigos em revistas científicas e em livros nacionais e internacionais.

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Publicado

30-06-2014

Como Citar

Endo, P. C. (2014). Banido, bando, bandido, bandeirante. Percurso, 26(52), 61–70. Recuperado de https://percurso.openjournalsolutions.com.br/index.php/ojs/article/view/1377