Mentiras na infância: criação, luto e negacionismo
Palavras-chave:
mentira, criança, luto, negacionismoResumo
Esse artigo foi desencadeado por um processo de supervisão que se deu a partir da escuta das pequenas mentiras de uma pré-adolescente atendida no início da pandemia, seguido pela leitura do texto “Minto, logo existo” da psicanalista Radmila Zygouris. A autora sugere retirar a mentira de uma lógica moralizante, e a aborda enquanto recurso psíquico que protege o sujeito. A psicanalista propõe uma distinção entre a mentira da criança e a do adulto, sobretudo das distorções e negacionismos vistos nas fake news. Entende-se que não é sem efeito quando a mentira é proferida por quem ocupa lugares de autoridade, com potencial abertura de uma ferida no valor social da palavra e da confiança no outro. O isolamento da pandemia coincidente com a crise democrática no Brasil, nos ajuda a refletir sobre as saídas encontradas pelas crianças e pelos jovens para fazer anteparo frente ao excesso de proximidade do outro, assim como para processar suas perdas, o que nos serve para além das especificidades desse momento histórico.
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Referências
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