Com Ferenczi, por uma psicanálise decolonial

Autores

  • Jô Gondar Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

DOI:

https://doi.org/10.70048/percurso.73.35-44

Palavras-chave:

Sándor Ferenczi, decolonialidade, modernidade, utraquismo.

Resumo

O artigo procura transmitir o espírito que guiou a 14a Conferência Internacional Sándor Ferenczi. Não se propõe a situar Ferenczi em um lugar de mestria, nem a favorecer uma adesão acrítica a seus conceitos, mas sim a valorizar sua disposição para a mistura e as impurezas na teoria e na relação psicanalítica. Apresenta a noção de decolonialidade, critica a herança colonial na construção da teoria psicanalítica e discute o modo como as ideias de Ferenczi podem nos ajudar a pensar e a exercer uma psicanálise adaptada ao nosso tempo e à nossa própria maneira.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Jô Gondar, Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro

Jô Gondar é psicanalista, membro efetivo do Círculo Psicanalítico do Rio de Janeiro, professora titular da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro, membro do board da Internacional Sándor Ferenczi Network e da International Federation of Psychoanalytic Societies, membro fundador do Grupo Brasileiro de Pesquisas Sándor Ferenczi.

Referências

Buck-Morss S. (2009). Hegel, Haiti, and universal history. Pittisburgh: University of Pittisburgh Press.

Câmara L.; Herzog R. (2018). Um prefácio imaginário para Thalassa. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 18, n.1, p. 244-260.

Canavêz F.; Gondar J. (2024). Sob o signo da inconstância: alguns pontos sobre a psicanálise que ginga. In Canavêz F.; Birman J. (orgs.) Psicanálise à brasileira. Salvador: Devires, p. 57-66.

Derrida J. (1972). Positions. Paris: Éditions de Minuit.

Fédida P. (1986). Communication et représentation: nouvelles sémiologies en psychopathologie. Paris: PUF.

Ferenczi S. (1924/1993). Thalassa. Ensaio sobre a teoria da genitalidade. In Obras completas, Psicanálise III. São Paulo: Martins Fontes, p. 255-325.

____. (1928/1992). Elasticidade da técnica psicanalítica. In Obras completas, Psicanálise IV. São Paulo: Martins Fontes, p. 25-36.

Freud S. (1918). Linhas de progresso na terapia psicanalítica. SE, v. 17, p. 157-168.

____. (1933). Sándor Ferenczi. SE, v. 22, p. 227-229.

Gabarron-Garcia F. (2023). Uma história da psicanálise popular. São Paulo: Ubu.

Gondar J. (2020). Um racismo desmentido. In Reis E.; Gondar J. Com Ferenczi. O coletivo na clínica: racismo, fragmentações, trânsitos. São Paulo: Zagodoni, p. 31-42.

Kopenawa D.; Albert B. (2013). A queda do céu. Palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras.

Krenak A. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras.

Latour B. (1994). Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Editora 34.

____. (2020). Diante de Gaia. Oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. São Paulo/Rio de Janeiro: Ubu.

Lugones M. (2007). Heterosexualism and the colonial/modern gender system. Hypatia, v. 22, n. 1, Indiana University Press, p. 186-209.

Maldonado-Torres N. (2008). Descolonización y el giro des-colonial. Tabula Rasa, n. 9, p. 61-72.

Mbembe A. (2021). The universal right to breathe. Translated by Carolyn Shread. Critical Inquiry, 47 (S2), S58-S62.

Mignolo W. (2017). Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 32, n. 94, p 1-17.

Negri A.; Hardt M. (2000). Empire. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.

Downloads

Publicado

09-04-2025

Como Citar

Gondar, J. (2025). Com Ferenczi, por uma psicanálise decolonial. Percurso, 36(73), 35–44. https://doi.org/10.70048/percurso.73.35-44