Com Ferenczi, por uma psicanálise decolonial
DOI:
https://doi.org/10.70048/percurso.73.35-44Palavras-chave:
Sándor Ferenczi, decolonialidade, modernidade, utraquismo.Resumo
O artigo procura transmitir o espírito que guiou a 14a Conferência Internacional Sándor Ferenczi. Não se propõe a situar Ferenczi em um lugar de mestria, nem a favorecer uma adesão acrítica a seus conceitos, mas sim a valorizar sua disposição para a mistura e as impurezas na teoria e na relação psicanalítica. Apresenta a noção de decolonialidade, critica a herança colonial na construção da teoria psicanalítica e discute o modo como as ideias de Ferenczi podem nos ajudar a pensar e a exercer uma psicanálise adaptada ao nosso tempo e à nossa própria maneira.
Downloads
Referências
Buck-Morss S. (2009). Hegel, Haiti, and universal history. Pittisburgh: University of Pittisburgh Press.
Câmara L.; Herzog R. (2018). Um prefácio imaginário para Thalassa. Estudos e Pesquisas em Psicologia, Rio de Janeiro, v. 18, n.1, p. 244-260.
Canavêz F.; Gondar J. (2024). Sob o signo da inconstância: alguns pontos sobre a psicanálise que ginga. In Canavêz F.; Birman J. (orgs.) Psicanálise à brasileira. Salvador: Devires, p. 57-66.
Derrida J. (1972). Positions. Paris: Éditions de Minuit.
Fédida P. (1986). Communication et représentation: nouvelles sémiologies en psychopathologie. Paris: PUF.
Ferenczi S. (1924/1993). Thalassa. Ensaio sobre a teoria da genitalidade. In Obras completas, Psicanálise III. São Paulo: Martins Fontes, p. 255-325.
____. (1928/1992). Elasticidade da técnica psicanalítica. In Obras completas, Psicanálise IV. São Paulo: Martins Fontes, p. 25-36.
Freud S. (1918). Linhas de progresso na terapia psicanalítica. SE, v. 17, p. 157-168.
____. (1933). Sándor Ferenczi. SE, v. 22, p. 227-229.
Gabarron-Garcia F. (2023). Uma história da psicanálise popular. São Paulo: Ubu.
Gondar J. (2020). Um racismo desmentido. In Reis E.; Gondar J. Com Ferenczi. O coletivo na clínica: racismo, fragmentações, trânsitos. São Paulo: Zagodoni, p. 31-42.
Kopenawa D.; Albert B. (2013). A queda do céu. Palavras de um xamã yanomami. São Paulo: Companhia das Letras.
Krenak A. (2019). Ideias para adiar o fim do mundo. São Paulo: Companhia das Letras.
Latour B. (1994). Jamais fomos modernos. Rio de Janeiro: Editora 34.
____. (2020). Diante de Gaia. Oito conferências sobre a natureza no Antropoceno. São Paulo/Rio de Janeiro: Ubu.
Lugones M. (2007). Heterosexualism and the colonial/modern gender system. Hypatia, v. 22, n. 1, Indiana University Press, p. 186-209.
Maldonado-Torres N. (2008). Descolonización y el giro des-colonial. Tabula Rasa, n. 9, p. 61-72.
Mbembe A. (2021). The universal right to breathe. Translated by Carolyn Shread. Critical Inquiry, 47 (S2), S58-S62.
Mignolo W. (2017). Colonialidade: o lado mais escuro da modernidade. Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 32, n. 94, p 1-17.
Negri A.; Hardt M. (2000). Empire. Cambridge, Massachusetts: Harvard University Press.