O balífulo e o bajubá: corpo e letra a partir de Joyce e Amara Moira
DOI:
https://doi.org/10.70048/percurso.74.9-18Palavras-chave:
lalíngua, língua, sinthoma, linguagem, letra, corpo, signo, travestiResumo
Uma reflexão a partir de textos de J. Joyce e Amara Moira, passando por Caetano Veloso, sobre a possibilidade de uma criação infinita dentro da própria língua. O português passa a ser pretuguês (tal como Lélia Gonzalez propôs) e bajubá (língua das travestis e que Amara Moira utiliza em seu romance).
Como romper com a hegemonia do patriarcado em nossa língua? A partir da constatação de que toda língua traz uma dimensão que é política e ideológica, Lacan com Joyce e Amara Moira com Joyce apontam caminhos que irrompem no cotidiano
acomodado em que nos movemos.
Resgatar a letra em direção à lalíngua, pensar o sinthoma tal como Lacan propõe instaura possibilidades inusitadas de formas de estar no mundo.
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