O balífulo e o bajubá: corpo e letra a partir de Joyce e Amara Moira

Autores

  • Miriam Chnaiderman Instituto Sedes Sapientiae

DOI:

https://doi.org/10.70048/percurso.74.9-18

Palavras-chave:

lalíngua, língua, sinthoma, linguagem, letra, corpo, signo, travesti

Resumo

Uma reflexão a partir de textos de J. Joyce e Amara Moira, passando por Caetano Veloso, sobre a possibilidade de uma criação infinita dentro da própria língua. O português passa a ser pretuguês (tal como Lélia Gonzalez propôs) e bajubá (língua das travestis e que Amara Moira utiliza em seu romance).
Como romper com a hegemonia do patriarcado em nossa língua? A partir da constatação de que toda língua traz uma dimensão que é política e ideológica, Lacan com Joyce e Amara Moira com Joyce apontam caminhos que irrompem no cotidiano
acomodado em que nos movemos.
Resgatar a letra em direção à lalíngua, pensar o sinthoma tal como Lacan propõe instaura possibilidades inusitadas de formas de estar no mundo.

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Biografia do Autor

Miriam Chnaiderman, Instituto Sedes Sapientiae

É psicanalista e documentarista, membro do Depto. de Psicanálise. Professora do curso de Psicanálise. Doutora em Artes. Lançou um 2024 o livro Uma psicanálise errante, pela editora Blucher.

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Publicado

02-10-2025

Como Citar

Chnaiderman, M. (2025). O balífulo e o bajubá: corpo e letra a partir de Joyce e Amara Moira. Percurso, 37(74), 9–18. https://doi.org/10.70048/percurso.74.9-18