O racismo entre a cultura e o sujeito
Palavras-chave:
racismo, psicoterapia psicanalítica de grupo, mediação, psicossomática, enquadre psicanalítico grupalResumo
A partir de um fragmento clínico de um grupo de psicoterapia de base psicanalítica no qual se apresenta uma questão referente ao preconceito contra o negro no Brasil, este trabalho analisa como o racismo presente no metaenquadre social pode determinar parte da constituição psíquica da população brasileira. O conceito de alianças inconscientes permitirá pensar o campo do intermediário, a passagem do intersubjetivo para o intrapsíquico, que efeitos a aliança selada pela sociedade brasileira que estabelece, inconscientemente, o mecanismo de defesa utilizado para lidar com o preconceito racista contra o negro – a recusa – tem sobre a constituição psíquica do sujeito.
Downloads
Referências
Abud C. C. (2009). Dores e Odores, distúrbios e destinos do olfato, São Paulo: Via Lettera.
____. (2017). A questão do racismo em um grupo de mediação com fotografias. In: N. M. Kon; M. L. Silva; C. C. Abud. O racismo e o negro no Brasil, questões para a psicanálise. São Paulo: Perspectiva.
____. (2014). Grupos de mediação e a somatização. In: R. M. Volich; M. E. P. Labaki; W. Ranna, Psicossoma V, integração, desintegração e limites. São Paulo: Casa do Psicólogo.
Barthes R. (2002). Oeuvres complètes: Tome iii. Nova edição revista, corrigida e apresentada por Éric Marty. Paris: Éditions du Seuil.
____. (2002). Oeuvres complètes: Tome v. Nova edição revista, corrigida e apresentada por Éric Marty. Paris: Éditions du Seuil.
Bleger J. (1967). Psicanálise do enquadre psicanalítico. Disponível em: <http://fepal.org/images/2002REVISTA/bleger.pdf>.
____. (1980). Temas de psicologia: entrevista e grupos. São Paulo: Martins Fontes.
Bombana J. A. (2000). Somatização e conceitos limítrofes: delimitação de campos. Psiquiatria na Prática Médica, Departamento de Psiquiatria – UNIFESP/EPM, vol. 33, n. 1, jan./mar.
____.; Abud C. C.; Prado R. A. (2012). Assistência e ensino de psicoterapia no programa de atendimento e estudos de somatização (PAES-UNIFESP). Revista Brasileira de Psicoterapia, vol. 14, n. 1, p. 10-14.
Castanho P. C. G. (2012). Um modelo psicanalítico para pensar e fazer grupos em instituições. Tese de Doutorado. São Paulo, Pontifícia Universidade Católica.
Costa E. S. (2012). Racismo, política pública e modos de subjetivação em um quilombo do Vale do Ribeira. Tese de Doutorado. São Paulo, Universidade de São Paulo.
Costa J. F. (1984). Violência e Psicanálise. Rio de Janeiro: Graal.
Dejours C. (1988). O corpo entre biologia e psicanálise. Porto Alegre: Artes Médicas.
Didi-Humerman G. (2007). L’image ouverte. Paris: Gallimard.
Enriquez E. (1997). A Organização em Análise. Petrópolis: Vozes.
Fontanari R. (2015). A noção de punctum de Roland Barthes, uma abertura da imagem? Paralaxe: Revista de estética e filosofia da arte, vol. 3.
Freud S. (1919/1976). O estranho. In Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. xvii. Rio de Janeiro: Imago.
Gonzaga A. P. (2013). Se esse corpo fosse meu… Considerações sobre o estranhamento na anorexia. In: A. P. Gonzaga; C. Weinberg. Psicanálise dos transtornos alimentares. São Paulo: Primavera.
Holanda S. B. (1995). Raízes do Brasil. São Paulo: Companhia das Letras.
Kaës R. (1997). O grupo e o sujeito do grupo, elementos para uma teoria psicanalítica do grupo. São Paulo: Casa do Psicólogo.
____. (2011). Um singular plural, a psicanálise à prova do grupo. São Paulo: Loyola.
Kon N. M.; Silva M. L.; Abud C. C. (2017). O racismo e o negro no Brasil: questões para a psicanálise. São Paulo: Perspectiva.
Kristeva J. (1974). La révolution poétique du langage. Paris: Seuil.
Lacan J. (1998). O estádio do espelho como formador da função do Eu. In: Escritos. Rio de Janeiro: Jorge Zahar.
Lopes F. (2005). Experiências desiguais ao nascer, viver, adoecer e morrer. In: Saúde da população negra no Brasil: contribuições para a promoção da equidade. Brasília: Funasa.
Marty P. (1998). Mentalização e psicossomática. São Paulo: Casa do Psicólogo.
____. (1998). La relación de objeto alérgica. In Pierre Marty y la psicossomática. Buenos Aires: Amorrortu.
Miranda M. A. (2004). A Beleza Negra na Subjetividade das Meninas “Um Caminho para as Mariazinhas”: Considerações psicanalíticas. Dissertação de mestrado. Universidade de São Paulo, São Paulo.
Nogueira I. B. (1998). Significações do corpo negro. Tese de doutorado em Psicologia. São Paulo, Universidade de São Paulo.
Souza S. N. (1983). Tornar-se negro: as vicissitudes da identidade do negro brasileiro em ascensão social. Rio de Janeiro: Graal.
Schwarcz L. M.; Starling H. M. (2015). Brasil: Uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras.
Vacheret C.; Gimenez G.; Abud C. C. (2013). Sobre a sinergia entre grupo e o objeto mediador. Revista Brasileira de Psicanálise, vol. 47, n. 3.
Veríssimo T. C. (2017). O racismo nosso de cada dia e a incidência da recusa no laço social. In: N. M. Kon; M. L. Silva; C. C. Abud. O racismo e o negro no Brasil: questões para a psicanálise. São Paulo: Perspectiva.